Quando era puto gostava do Natal. Gostava da sensação dum embrulho por desatar, qual é a criança inocente que não gosta! Acreditava no pai natal, nas renas, nos anões... Podia estar com a família agora mas tou a escrever este post que ninguem virá ler, e por conseguinte tou a perder o meu tempo. Seja como for, o que é o Natal? Qual o significado dos votos de bom natal que tanto apregoamos nesta época? 99% das vezes é pura hipocrisia, o que até faz todo o sentido porque muitos de nós passamos o ano inteiro a ser hipócritas e cínicos, então, porque não haviamos de ser nesta altura tambêm? Não me parece que o espirito de Natal se encontre num puto mimado a exigir um telemovel topo de gama com não sei quantos mega pixeis e mais-sei-lá-o-quê ou num político com uma criança ao colo só pra posteridade porque se tornou moda. Não acho que o Natal seja uma avenida com lojas infestadas de neons que praticamente nos hipnotizam pra comprar o que até nem queremos mas, e até porque é Natal fica bem! Eu não acho e não me parece que isto seja Natal, no entanto, e no dicionario da hipocrisia é esta a definição de Natal... Pai Natal? Renas? Anões? Só se for no circo...Felizmente, ainda há quem se lembre da história de alguêm que nasceu há muitos anos atrás e que trouxe uma mensagem de paz, amor, partilha e união, ainda há quem recorde essa historia e é por isso que ainda vale a pena celebrar esta data. Porque sinceramente, o 'vosso' natal eu dispenso...
Como qualquer miudo de tenra idade sempre andei no mundo da lua! Imaginava mundos fantásticos onde eu era o herói e salvava o dia, e, consequentemente ficava com a miuda! Chegava a fazer fatos de guerreiro e armas colossais e por lá andava, alienado a tudo a lutar contra demónios irreais. Imaginava-me um guerreiro com super-poderes a cavalgar pelas florestas e pelas montanhas ou então noutras vezes a voar para lá do infinito! E sabia-me bem! Na minha inocência gostava da sensação de ser um herói-do-faz-de-conta, de por breves instantes ser o Herói, o salvador... Os anos passam, mas há coisas que nunca mudam. Ás vezes dou por mim, nostálgico, a querer ser o herói de outrora, a querer cavalgar os prados outra vez ou a voar sobre os oceanos. E sinto um arrepio na espinha, sinto uma força tão grande dentro de mim como se fosse um Super-Herói de verdade, por breves instantes sinto um poder capaz de mudar o mundo. Mas, desta vez é diferente... Acho que todos nós, numa ou noutra altura sentimos algo parecido, sentimos que queremos marcar a diferença neste mundo de facto cruel. Quero a minha armadura e a minha velha espada de volta, quero os meus super-poderes, quero voltar a sentir o vento no meu cabelo nas minhas cavalgadas imaginárias na luta contra o Mal, quero isso tudo, por uma última vez... O único problema em ser Super-Herói, é que no fim não há ninguém que nos salve a nós.