terça-feira, 19 de outubro de 2010

The Blossom of a Thousand Thorns

    Um dia plantei uma roseira no meu jardim. Todos os dias cuidava dela como se de uma amante tratasse! Quando finalmente cresceu e então pude contemplar toda a sua beleza, aproximei-me para sentir o seu perfume. Se os anjos tivessem cheiro assim seria... Mas, quando me debruçava sobre ela, eis que fico preso nos seus fortes ramos. Os longos espinhos atravessam-me a carne e alguns atingem-me o coração. Foi então que percebi que  tudo não passava dum jogo, duma armadilha impiedosa... Caio por terra, moribundo... Nesse mesmo momento olhei para o Céu e implorei por um coração feito em pedra para que espinho algum jamais o voltasse a ferir.
   Voltei a ter um jardim. E nele novas rosas floriram, novas pétalas lhe deram cor.    Continuo a gostar do seu cheiro, mas, quando a brisa suave o trás até mim...


quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eu...

...não sou mau, mas como tenho fama disso ás vezes tenho que fazer o meu papel...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O meu arco-íris

    Enquanto todos andam desertos por acertar nos nºs do euromilhões eu tenho uma tarefa infinitamente mais difícil. Eu quero algo que todo o dinheiro do mundo jamais poderá comprar, portanto, saber esses mesmos nºs de pouco ou nada me serve! Eu sei onde está, mas não sei como alcançar...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Em sonhos...

...vi uma silhueta de mulher vestida de branco por detrás duma árvore… Em sonhos ela observava-me através do nevoeiro… Olhava-me com uma curiosidade tímida mas, quando tentava aproximar-me simplesmente desaparecia…

Betrayed



 Á muito tempo tive uma casa. E nessa casa havia um longo corredor com uma passadeira vermelha. As paredes desse corredor não davam para quarto algum, apenas alguns candelabros espalhados a rigor que iluminavam a escuridão. Era nessas mesmas paredes que religiosamente guardava toda a minha colecção de quadros. Raros e únicos. Mas, um a um, vi-os  serem roubados de mim.  Impotente, não pude fazer nada… Um dia vou-me vingar.  Um dia hei-de voltar a ter o que me pertence por direito… 

quinta-feira, 15 de abril de 2010

E P I C A - Part II



    ... e então chegou o dia pelo qual eu  tanto ansiava! Finalmente o calendário marcava 28 de Março! Seria desta que veria  Epica ao vivo? Desta vez  (e, ao contrário da triste manhã de 1 de Novembro que foi quando dei conta de que o concerto desse mesmo dia tinha sido cancelado por problemas de saúde da Simone) tudo correu como previsto. E, por volta das 15 e pouco chegava eu a Lisboa onde o Cláudio já estava a minha espera e, nesses dois dias em que por lá fiquei ele ía estar por minha conta! Á medida que o tempo passava a excitação aumentava. Cheguei a Almada cerca das 18 horas e á porta da Incrível Almadense onde ía ser o espectáculo encontrava-se já uma grande fila de fãs apesar das portas só abrirem as 20 horas! Então lá entramos, á hora prevista! Gostei do sítio que é bastante acolhedor, ideal para este tipo de concertos mais íntimos e que assim tornam o ambiente mais especial, e, com algum esforço lá consegui ir pra melhor parte da sala: a frente do palco como é óbvio! A abertura foi com os nacionais Fantasy Opus que tocam um power/heavy metal musculado, confesso que nunca tinha ouvido falar deles mas gostei do espectáculo que deram com o público a aderir duma maneira muito positiva! A ansiedade aumentava e isso sentia-se muito bem entre todos. Então, ás 21.30 o momento tão aguardado tem início! Apenas com a iluminação dos projectores por detrás do palco começamos a ouvir o majestoso tema que serve de introdução ao ultimo álbum, Samadhi (Prelude), e a sala enche-se de gritos e aplausos á medida que os membros masculinos da banda entram em palco adivinhando que a seguir se seguia Resign To Surrender (A New Age Dawns - Part IV). Eis então que entra em cena a diva do metal sinfónico Simone Simons. Vê-la entrar em palco é algo único, surreal até... A presença que esta mulher de 26 anos têm é algo de inexplicável! Tocaram temas do ultimo trabalho como Unleashed, Martyr Of The Free World, Kingdom Of Heaven, sendo um dos pontos altos da noite quando tocaram  Tides Of Time, tema antecedido dum pequeno discurso de Simone em que explicava o cancelamento do espectáculo de Novembro! Confesso que ouvir este maravilhoso tema me deixou com lágrimas nos olhos! E claro que não faltaram clássicos antigos, Cry For The Moon foi outro ponto alto da noite, destaque também para Sensorium, Mother Of Light, Quietus, The Obsessive Devotion, Sancta Terra e The Last Crusade. Com pena minha não tocaram o fantástico The Phantom Agony mas, acabaram com chave de ouro ao interpretarem o épico Consign To Oblivion. Era perto das 23.20 quando deram por terminada a actuação, e, entre palmas e cumprimentos da praxe lá sairam do palco! Quase duas horas de grande espectáculo onde houve sempre uma grande interacção entre a banda e o público presente! Já cá fora tive o prazer de conhecer os guitarristas Mark Jansen e Isaac Delahaye e o baterista Arien van Weesenbeek e com eles tive uma conversa o mais descontraída possível! Quando perguntei a Arien como tinha sido o concerto na noite anterior em Madrid ele respondeu um pouco atrapalhado mas com uma certa sinceridade algo do género: Bem, não é por estar a falar contigo e seres português mas vocês são um público muito caloroso. Eu dei por mim quase a rebentar a bateria incentivado pela vossa reacção, vocês puxaram muito por nós... Depois disso tudo surgiu-se uma after-party com a banda  num simpático bar da zona, entrei na esperança de conhecer a Simone o que não aconteceu porque tive que sair antes da chegada deles. Seja como for, foi uma daquelas noites que só alguns como eu conseguirão explicar, e quem lá esteve sabe do que estou a falar. Fica a saudade misturada com uma estranha nostalgia. Espero que regressem depressa.

terça-feira, 16 de março de 2010

Lost

    

   Pode até parecer cliché mas a vida é de facto muito injusta.
Passava pouco das 3 da manhã quando ontem saía sozinho do bar dum amigo meu. E, deambulando pelas ruelas da cidade que me levariam ao carro que por sua vez me levaria a casa pensei para comigo que, se as coisas fossem diferentes, se fossem de outra maneira, se as situações fossem outras, talvez então...



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Este mundo eu desprezo


   Todos nós a certa altura da vida fazemos escolhas. Fazemos escolhas consoante aquilo que somos  e aquilo em que acreditamos, e, assim decidimos por que caminhos construir o futuro. A meu ver temos duas opções: uma, em que supostamente somos fieis ás nossas crenças e ao nosso coração. A outra, em que simplesmente não olhamos a meios para obter os fins. Eu, e apesar da minha rebeldia, escolhi ser bonzinho e fazer, ou tentar fazer tudo certo esforçando-me para não magoar nem prejudicar os outros. Mas, e fazendo uma retrospectiva, onde é que isso me levou? Onde estão os meus frutos? Eu não preciso, eu não quero que me digam mais nenhuma vez: Ah, e tal, deviam ser todos como tu, vais ver que um dia blá blá blá... E eu pergunto o porquê de já ter ouvido isso vezes sem conta. Mas serem todos como eu porquê? Para quê? Patético. Se alguém por acaso até tiver a ler isto pode legitimamente perguntar-me se estou a falar de mulheres. Posso estar. Posso não estar... Vivemos a mil á hora num mundo de consumismo onde sinceridade e honestidade possuem uma baixa cotação, e a única coisa que importa é o nosso prazer e bem estar, mesmo que isso signifique magoar alguém... Pois bem, a mim já me fizeram chorar, já me fizeram sofrer. E, mesmo assim levantei-me e pensei: Não, nem todas as pessoas são iguais, por causa dumas não podem pagar outras... Agora deparo-me com um dilema. Cada vez mais são aquelas que eu pensava serem diferentes, especiais, pessoas que eu pensava serem dum mundo á parte. Do meu mundo. São agora essas que me levam ao calvário, que me cruxificam. Essas, por quem eu era capaz de derramar sangue, quem um dia eu pus num altar, são essas agora que me desprezam, são essas que me levam ao cadafalso. São essas que me têm matado lentamente. As vezes é preferivel conhecer só a parte de fora das pessoas. Algumas não são mais do que gado desprezível. Animais que nos enganam com manhas e astúcia apurada pela prática... Acho que vou fazer inversão de marcha e seguir outro caminho, já quase não tenho coração e o meu sangue tá quase seco. Cansei-me de lutar por utopias, por ideais á muito esquecidos. Eu não nasci para ser mártir, é tempo de vestir o manto de lobo...